terça-feira, 20 de agosto de 2019

Carta sobre suicídio e a mídia


A comunicação social desempenha um papel decisivo no mundo contemporâneo, ao proporcionar um amplo leque de informações, através das mais variadas ferramentas. Provoca influência marcante nas atitudes e comportamentos da comunidade. Os meios de comunicação podem, desta forma, ter um papel ativo em casos de suicídio.

Quem atua com seriedade no jornalismo, deve saber e respeitar a existência de uma convenção profissional extraoficial, uma espécie de acordo seguido pelos manuais de redação de grandes jornais que determina que casos de suicídios não serão noticiados pela imprensa. Tanto pelo respeito à dor e à privacidade da família, quanto pela ética jornalística – uma questão moral de incentivo a novos casos.

Há vários estudos que relacionam a divulgação destes casos como estopim de incentivo à prática. Este fenômeno originou o termo “Efeito Werther”, usado na literatura técnica, para designar a imitação de suicídios.

A Organização Mundial da Saúde lançou no ano de 2000, o trabalho “Prevenção ao Suicídio: um manual para profissionais da mídia que destaca quais informações funcionam como gatilho e que devem ser evitadas a qualquer custo.

• Não publicar fotografias do falecido ou cartas suicidas.
• Não informar detalhes específicos do método utilizado.
• Não fornecer explicações simplistas.
• Não glorificar o suicídio ou fazer sensacionalismo sobre o caso.
• Não usar estereótipos religiosos ou culturais.
• Não atribuir culpas.

Por isso, a Associação de Imprensa Campista compactua pela não divulgação e repudia qualquer publicação, indistintamente da mídia utilizada, de casos envolvendo suicídios. 

Wellington Cordeiro
Presidente da AIC

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